GLENDA MÁXIMO

GLENDA MÁXIMO

A nossa biblioteca virtual Convide I9 ganhou destaque como um site de bibliografias com informações precisas e confiáveis sobre o Covide 19 no Brasil. 
A Law Librarians Monitoring Convide 19 deu destaque para outros centros de informação e bibliotecas 
como o CEDI - Centro de Documentação e Informação da Câmara dos Deputados, a biblioteca do Senado Federal e a Biblioteca da Justiça do Trabalho.
Para acompanhar mais sobre o covide no Brasil e ver outros site que estão monitorando as informações é só clicar aqui: https://lawlibrariansmonitoringcovid19.com/2020/05/05/brazil/ 

Segunda, 28 Setembro 2020 17:25

Portaria n.11, de 28 de setembro de 2020

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A obra consta em domínio público e pode ser encontrada nos links abaixo gratuitamente para download.

 

HibiscoRoxo

 

PARTICIPANTES:  Vivianne Veras;  Iza Antunes; Adelaide Côrtes; Patrícia

RESENHA:

O livro conta a história do desmoronamento de uma família nigeriana de posses, extremamente religiosa, que fora estruturada com base no controle, na violência e no abuso do pai, Eugene. Ela é contada sob o ponto de vista da filha mais nova de 14 anos, Kambili, que nos mostra essa manipulação familiar, que se estendia até a comunidade ao seu redor, tendo em vista que o pai era um empresário rico e detinha um grande poder econômico sobre a localidade. Kambili enxerga o mundo da forma limitada devido regime ao qual foi submetida pelo pai, mas mesmo assim consegue captar algumas informações aqui e ali e perceber, em pequenos detalhes do dia a dia, coisas estranhas que a incomodavam, já que muito pouco obtém da mãe e apenas uma pequena dose de Jaja, seu irmão. Nada é discutido na casa ou contestado, que não seja predeterminado pelo pai, que via a família como um objeto. Contudo, após conseguirem passar alguns dias na casa da tia Ifeona, irmã do pai, algo muda para sempre nos jovens irmãos. O silêncio é rompido e uma brecha do véu que os encobria, separando-os da realidade do mundo em que viviam se abre e mudanças dramáticas acontecem.

“Em Nuska começou a romper o silêncio. A rebeldia de jaja era como os hibiscos roxos experimentais de tia Ifeona: raros, como cheiro de liberdade, uma liberdade diferente daquela que a multidão, brandindo folhas verdes, pediu na Government Square após o golpe. Liberdade para ser, para fazer.”

O romance mistura ficção com realidade, não tanto autobiográfica, mas de pessoas e da vida diária da autora que é nigeriana. Mostra a complexidade de uma sociedade que no passado foi dominada e vilipendiada por colonizadores, e hoje vive ainda conflitos internos como resultado de diversos golpes militares pelo poder, em meio a uma desmedida corrupção.

A autora deve ter presenciado muitos acontecimentos retratados no livro, talvez por isso tenha conseguido colocar tanta vida nele e nos remete a um mundo desconhecido que é a Nigéria e a África com um todo. Ela parece fazer um paralelo entre a dominação familiar que sofre a protagonista com a dominação do seu próprio país, que começou com os portugueses e depois passou para os britânicos e só tendo sua independência em 1960. O texto coloca de forma forte e realista o mal que a imposição cultural dos colonizadores faz a um país e a sua cultura, tal como o mal que o pai fez para sua família, principalmente os seus filhos. As expressões culturais são taxadas como de segunda categoria e primitivas; a religião natural é desrespeitada; toda a leitura é substituída pela estrangeira, a começar pela definição da língua inglesa como língua oficial. Toda essa agressão à cultura e aos costumes são repetidas no ambiente da família, e o pai faz questão de separar os filhos de todo o convívio com a vida nigeriana, que é representada pelo avô que nunca trocou seus valores pelos estrangeiros.

Outra crítica que faz é sobre o papel da religião. Como missionários religiosos, cristãos em especial, se instalaram na África. Vêe com a intenção de ajudar esse povo pobre e supersticioso por meio da catequização mais que em realidade impõe sua religião em detrimento às crenças locais. A forma agressiva dessa internalização é replicada na imposição do pai à mulher, aos filhos e à sua comunidade (as pessoas o seguem mais pelo poder econômico que o pai exerce do que pela fé em si). Seja na forma de colonização, seja na conversão religiosa, vemos o perigo da visão única da realidade sendo imposta.

Mas há uma resistência, sempre haverá. O avô e a irmã, Ifeona, não concordam com a forma de vida da família e por isso foi banida por Eugene. O convívio com eles é extremamente restrito. Mas é com esses personagens que temos acesso a real cultura nigeriana: festas religiosas, alimentação típica, suas crenças e rezas. Ifeona se converte ao cristianismo, mas mesmo assim não corta a sua ligação com a cultura e crenças do seu país, o que demostra como é possível a convivência do que é de fora com o que é local. Ela consegue ter várias visões. Esta opção nunca foi cogitada por Eugene, do mesmo modo como não foi pelos colonizadores.

Outro destaque é de como as crianças são facilmente influenciadas e até doutrinadas pelos pais. A família era totalmente limitada pela religião e controlada por padrões de perfeição. A família de Ifeona, por outro lado teve acesso à modernidade estrangeira, mas com valores africanos fortes e criados com liberdade de escolha. Enquanto Eugene só tinha uma visão do mundo, a da irmã estava aberta para o mundo. A religião para ela era apenas uma forma de expressão da fé, ao passo que para o pai era usada para encobrir sua personalidade cruel, até um pouco sociopata, tal como fizeram os missionários que o educaram.

O livro é brilhante em demonstrar o choque cultural que viveu a Nigéria e outros países africanos, e o choque de Kambilli, que venerava o pai, sua única fonte de informação do mundo perante a realidade (para a qual ela sempre esteve aberta, em seu subconsciente). Apesar do quão cruelmente os colonizadores se impuseram sobre a cultura desse país, quase aniquilando-a, este tenta se reerguer, mesmo que com dificuldade. Assim também deve fazer Kambili. Recomendamos fortemente para quem quer ter outra visão da África.

 

Os colegas Elaine Coutinho Marcial, Jhonathan Divino Ferreira dos Santos, Jeanluiz Ferreira Porto Monteiro, Carolina Gonçalves Gonzalez e Josina da Silva Vieira, publicaram o resultado de um estudo sobre a atual situação das bibliotecas no âmbito da administração pública federal. O texto é um termômetro para se olhar com muita atenção sobre o atual cenário dos organismos documentais públicos, e se manter um pouco mais informado sobre os perfis e os serviços dessas bibliotecas.

Você consegue acessar o texto íntrega nesse link: https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_2574.pdf

Fonte: IPEA 



Encontro marcado

 
Participantes: Vivianne; Iza Antunes; Adelaide Cortes
*
Reunião realizada de forma virtual

Resenha
O Encontro Marcado é o primeiro romance de Fernando Sabino, escrito em 1956, nitidamente inspirado em muitos momentos de sua própria vida, seja na adolescência, seja como escritor, especialmente sobre a angústia que envolve o processo de escrever. O livro conta a história de Eduardo Marciano, um garoto de inteligência acima de média e que possui uma curiosidade e obstinação aguçadas e com isso, desenvolveu formas de manipular as pessoas para conseguir o que quer. Esse espírito de busca de conhecimento e dedicação, também o leva à momentos de entrega obstinada, que está presente na conquista de uma namorada, no seu apego aos compromissos firmados e no anseio por ser o melhor, aliado a uma pressa de conhecer e vivenciar tudo de uma vez. Descobre a literatura ainda jovem, e seguindo seu perfil obsessivo, leu tudo o que podia. Na adolescência, se junta aos amigos Hugo e Mauro, e curtem a vida regada à muita estripulia e confusão, mas com os quais compartilha muita literatura, debates filosóficos, entremeados de citações de escritores e de poetas. Resolve ser escritor, mas ao longo da vida, apesar de toda sua obstinação, nunca consegue exercer o ofício e realizar o sonho de escrever uma obra prima. No transcorrer dos anos, Eduardo vive como se fosse arrastado pelos eventos: se casa, faz novos amigos, consegue um emprego fixo, mas se vê envolto numa eterna insatisfação, que o persegue e o faz depressivo. Como ele mesmo reflete:

“Há uma festa em minha alma por onde a substância do que sou está sempre me escapando, mas não vejo onde nem porquê.” (pg.153)

O grupo apreciou muito o livro, e chegamos a nos divertir muito com os diálogos e as trapalhadas dos três jovens amigos, cheios de ilusões, críticos do mundo, especialmente dos adultos e esbanjando arrogância, bem típico dessa fase da vida. Não pudemos deixar de fazer um paralelo com o livro já debatido neste Clube do Livro, que é “O Apanhador no Campo de Centeio” (que faz um quadro de um adolescente no final da década de 40), cuja temática também é a de um adolescente em busca de afirmação. Ambos os protagonistas são inteligentes, bons alunos, amantes de boa literatura, mas são arrogantes e estão sempre criticando a sociedade, se achando os donos da verdade. Contudo, estão sem rumo e insatisfeitos, não encontram seu lugar no mundo, levando-os a apresentarem sintomas depressivos, que no caso do Eduardo (Encontro Marcado) lhe acompanharão até a meia idade.

No Encontro Marcado, os personagens não são bem adolescentes, são jovens, que gostam de ler, mostrar e recitar trechos de obras de seus autores favoritos, que na década de 40, quando acontece a Grande Guerra Mundial, que foi rica em pensadores que questionavam e influenciaram muito os jovens intelectuais dessa época. Eduardo Marciano busca desesperadamente um sentido para a sua vida. O romance se passa, uma boa parte, na vida boêmia e intelectual dos personagens que vivem na capital de Minas Gerais, e é um passeio por bares, praças e logradouros da cidade.

Já adulto, Eduardo vive sendo levado pelos acontecimentos, na ilusão de um dia realmente se tornar escritor. Após o seu casamento, Eduardo se torna mais e mais reflexivo e introspectivo. Vive a eterna angústia de não ser o que havia pretendido. Ao mesmo tempo, não se esforça para mudar os rumos da sua vida. Muitos críticos alegam que Eduardo na verdade é o próprio Sabino, descrevendo as angústias do autor no processo de criação de uma obra.

Percebemos que o texto parece ter um pé no existencialismo, estilo literário preconizado na década de 40, principalmente por Jean-Paul Sartre, pois temas como morte, suicídio e as angústias sobre a existência humana são recorrentes ao longo do livro. Tanto o caráter arrogante do protagonista quanto os sentimentos depressivos marcam sua presença no texto.

“O diabo desta vida é que entre cem caminhos temos que escolher apenas um, e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove.”  (pg. 44)

Mas, e quanto ao encontro marcado? No começo da amizade dos três amigos, eles marcam um encontro para 15 anos depois, mas só Eduardo comparece. No entanto, fica a dúvida, será que esse encontro se refere a um encontro físico? O grupo levantou algumas respostas: poderia ser com a morte, a que todos temos agendado desde que nascemos, mas não sabemos quando; ou seria o encontro do protagonista com ele mesmo, aquele compromisso que ele e cada um de nós tem consigo mesmo. O final do livro dá uma pequena dica quando, pela primeira vez Eduardo resolve atender o conselho de um monge (amigo de infância) e resolve parar para refletir, e ao entrar no mosteiro, diz: ...Vim por um ou dois dias, depois....

    


 

O resultado da votação para escolha da máscara foi encerrada!

A máscara escolhida com 61,1% dos votos foi a Máscara !!!
 

mascara

Mascara2  

 

Segunda, 15 Junho 2020 20:47

Portaria n.10, de 15 de junho de 2020

Portaria n. 10, de 15 de junho de 2020

Revoga a Portaria nº 9, de 26 de maio de 2020, que designou membros para a comissão eleitoral que conduziria a eleição dos integrantes da Coordenadoria do Grupo de Informação e Documentação Jurídicas do Distrito Federal (GIDJ-DF) para o Biênio 2020/2022.

 

Clique na imagem para votar no próximo título para o Clube do Livro da ABDF!
As reuniões são mensais e são feitas via videoconferência.
Escolha e venha participar conosco!
Esperamos vocês!


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