Marcos Sigismundo

Marcos Sigismundo

Uma palestra que explica porque usar nossas imaginações e providenciar para que outros utilizem as suas, é uma obrigação de todos os cidadãos

pelo The Guardian, em 15/10/2013

Neil Gaiman
"Temos a obrigação de imaginar..." Neil Gaiman dá uma palestra anual à Reading Agency sobre o futuro da leitura e das bibliotecas. Fotografia: Robyn Mayes.

É importante para as pessoas dizerem de que lado elas estão e porque, e se elas podem ou não ser tendenciosas. Um tipo de declaração de interesse dos membros. Então eu estarei conversando com vocês sobre leitura. Direi à vocês que as bibliotecas são importantes. Vou sugerir que ler ficção, que ler por prazer, é uma das coisas mais importantes que alguém pode fazer. Vou fazer um apelo apaixonado para que as pessoas entendam o que as bibliotecas e os bibliotecários são e para que preservem ambos.

E eu sou óbvia e enormemente tendencioso: eu sou um escritor, muitas vezes um autor de ficção. Escrevo para crianças e adultos. Por cerca de 30 anos eu tenho ganhado a minha vida através das minhas palavras, principalmente por inventar as coisas e escrevê-las. Obviamente está em meu interesse que as pessoas leiam, que elas leiam ficção, que bibliotecas e bibliotecários existam para nutrir amor pela leitura e lugares onde a leitura possa ocorrer.

Então sou tendencioso como escritor. Mas eu sou muito, muito mais tendencioso como leitor. E eu sou ainda mais tendencioso enquanto cidadão britânico.

E estou aqui dando essa palestra hoje a noite sob os auspícios da Reading Agency: uma instituição filantrópica cuja missão é dar a todos as mesmas oportunidades na vida, ajudando as pessoas a se tornarem leitores entusiasmados e confiantes. Que apoia programas de alfabetização, bibliotecas e indivíduos e arbitrária e abertamente incentiva o ato da leitura. Porque, eles nos dizem, tudo muda quando lemos.

E é sobre essa mudança e este ato de leitura que quero falar hoje a noite. Eu quero falar sobre o que a leitura faz. O porquê de ela ser boa.

Uma vez eu estava em Nova York e ouvi uma palestra sobre a construção de prisões particulares – uma ampla indústria em crescimento nos Estados Unidos. A indústria de prisões precisa planejar o seu futuro crescimento – quantas celas precisarão? Quantos prisioneiros teremos daqui 15 anos? E eles descobriram que poderiam prever isso muito facilmente, usando um algoritmo bastante simples, baseado em perguntar a porcentagem de crianças de 10 e 11 anos que não conseguiam ler. E certamente não conseguiam ler por prazer.

Não é um pra um: você não pode dizer que uma sociedade alfabetizada não tenha criminalidade. Mas existem correlações bastante reais.

E eu acho que algumas destas correlações, a mais simples, vem de algo muito simples. As pessoas alfabetizadas leem ficção.

A ficção tem duas utilidades. Primeiramente, é uma droga que é uma porta para leituras. O desejo de saber o que acontece em seguida, de querer virar a página, a necessidade de continuar, mesmo que seja difícil, porque alguém está em perigo e você precisa saber como tudo vai acabar... Este é um desejo muito real. E te força a aprender novos mundos, a pensar novos pensamentos, a continuar. Descobrir que a leitura por si é prazerosa. Uma vez que você aprende isso, você está no caminho para ler de tudo. E a leitura é a chave. Houve um burburinho brevemente há alguns anos atrás sobre a idéia de que estávamos vivendo em um mundo pós-alfabetizado, no qual a habilidade de fazer sentido através de palavras escritas estava de alguma forma redundante, mas esses dias acabaram: as palavras são mais importantes do que jamais foram: nós navegamos o mundo com palavras, e uma vez que o mundo desliza para a web, precisamos seguir, comunicar e compreender o que estamos lendo. As pessoas que não podem entender umas às outras não podem trocar idéias, não podem se comunicar e apenas programas de tradução vão tão longe.

A forma mais simples de ter certeza de que educamos crianças alfabetizadas é ensiná-los a ler, e mostrarmos a eles que a leitura é uma atividade prazerosa. E isso significa, na sua forma mais simples, encontrar livros que eles gostem, dar a eles acesso a estes livros e deixar que eles os leiam.

Eu não acho que exista algo como um livro ruim para crianças. Vez e outra se torna moda entre alguns adultos escolher um subconjunto de livros para crianças, um gênero, talvez, ou um autor e declará-los livros ruins, livros que as crianças devem parar de ler. Eu já vi isso acontecer repetidamente; Enid Blyton foi declarado um autor ruim, RL Stine também, assim como dúzias de outros. Quadrinhos tem sido acusados de promover o analfabetismo.

É tosco. É arrogante e é burro. Não existem autores ruins para crianças, que as crianças gostem e querem ler e buscar, por que cada criança é diferente. Eles podem encontrar as histórias que eles precisam, e eles levam a si mesmos nas histórias. Uma idéia banal e desgastada não é banal nem desgastada para eles. Esta é a primeira vez que a criança a encontrou. Não desencoraje uma criança de ler porque você acha que o que eles estão lendo é errado. A ficção que você não gosta é uma rota para outros livros que você pode preferir. E nem todo mundo tem o mesmo gosto que você.

Adultos bem intencionados podem facilmente destruir o amor de uma criança pela leitura: parar de ler pra eles o que eles gostam, ou dar a eles livros 'chatos mas que valem a pena' que você gosta, os equivalentes "melhorados" da literatura Vitoriana do século XXI. Você acabará com uma geração convencida de que ler não é legal e pior ainda, desagradável.

Precisamos que nossas crianças entrem na escada da leitura: qualquer coisa que eles gostarem de ler irá movê-las, degrau por degrau, à alfabetização. (Além disso, não faça o que eu fiz quando a minha filha de 11 anos estava gostando de ler RL Stine, que foi pegar uma cópia de Carrie do Stephen King e dizer que se você gosta deste, adorará isto! Holly não leu nada além de histórias seguras de colonos em pradarias pelo resto de sua adolescência e até hoje me dá olhares tortos quando o nome de Stephen King é mencionado).

E a segunda coisa que a ficção faz é construir empatia. Quando você assiste TV ou vê um filme, você está olhando para coisas acontecendo a outras pessoas. Ficção de prosa é algo que você constrói a partir de 26 letras e um punhado de sinais de pontuação, e você, você sozinho, usando a sua imaginação, cria um mundo e o povoa e olha através dos olhos de outros. Você sente coisas, visita lugares e mundos que você jamais conheceria de outro modo. Você aprende que qualquer outra pessoa lá fora é um eu, também. Você está sendo outra pessoa e quando você volta ao seu próprio mundo, você estará levemente transformado.

Empatia é uma ferramenta para tornar pessoas em grupos, que nos permite que funcionemos como mais do que indivíduos auto-obcecados.

Você também está descobrindo algo enquanto lê que é de vital importância para fazer o seu caminho no mundo. E é isto:

O mundo não precisa ser assim. As coisas podem ser diferentes.

Eu estive na China em 2007 na primeira convenção de ficção científica e fantasia aprovada pelo partido na história da China. E em algum momento eu tomei um alto oficial de lado e perguntei a ele "Por que? A ficção científica foi reprovada por tanto tempo. Por que isso mudou?". É simples, ele me disse. Os chineses eram brilhantes em fazer coisas se outras pessoas trouxessem os planos para eles. Mas eles não inovavam e não inventavam. Eles não imaginavam. Então eles mandaram uma delegação para os Estados Unidos, para a Apple, para a Microsoft, para o Google, e eles perguntaram às pessoas de lá que estavam inventando seu próprio futuro. E eles descobriram que todos eles leram ficção científica quando eram meninos e meninas. A ficção pode te mostrar um outro mundo. Pode te levar para um lugar que você nunca esteve. E uma vez que você tenha visitado outros mundos, como aqueles que comeram a fruta da fada, você pode nunca mais ficar completamente satisfeito com o mundo no qual você cresceu. Descontentamento é uma coisa boa: pessoas descontentes podem modificar e melhorar o mundo, deixá-lo melhor, deixá-lo diferente.E enquanto ainda estamos nesse assunto, eu gostaria de dizer algumas palavras sobre escapismo. Eu ouço o termo utilizado por aí como se fosse uma coisa ruim. Como se ficção "escapista" fosse um ópio barato utilizado pelos confusos e pelos tolos e pelos desiludidos e a única ficção que seja válida, para adultos ou crianças é a ficção mimética, espelhando o pior do mundo em que o leitor ou a leitora se encontra.

Se você estivesse preso em uma situação impossível, em um lugar desagradável, com pessoas que te quisessem mal, e alguém te oferecesse um escape temporário, por que você não ia aceitar isso? E ficção escapista é apenas isso: ficção que abre uma porta, mostra o sol lá fora, te dá um lugar para ir onde você esteja no controle, esteja com pessoas com quem você queira estar (e livros são lugares reais, não se enganem sobre isso); e mais importante, durante o seu escape, livros também podem te dar conhecimento sobre o mundo e o seu predicamento, te dar armas, te dar armaduras: coisas reais que você pode levar de volta para a sua prisão. Habilidades e conhecimento e ferramentas que você pode utilizar para escapar de verdade.

Como JRR Tolkien nos lembrou, as únicas pessoas que fazem injúrias contra o escape são prisioneiros.

Outra forma de destruir o amor de uma criança pela leitura, claro, é se assegurar de que não existam livros de nenhum tipo por perto. E não dar a elas nenhum lugar para que leiam estes livros. Eu tive sorte. Eu tive uma biblioteca local excelente enquanto eu cresci. Eu tive o tipo de pais que podiam ser persuadidos a me deixar na biblioteca no caminho do trabalho deles nas férias de verão, e o tipo de bibliotecários que não se importavam que um menino pequeno e desacompanhado ficasse na biblioteca das crianças todas as manhãs e ficasse mexendo no catálogo de cartões, procurando por livros com fantasmas ou mágica ou foguetes neles, procurando por vampiros ou detetives ou bruxas ou fantasias. E quando eu terminei de ler a biblioteca de crianças eu comecei a de adultos.

Eles eram ótimos bibliotecários. Eles gostavam de livros e eles gostavam dos livros que estavam sendo lidos. Eles me ensinaram como pedir livros das outras bibliotecas em empréstimo inter-bibliotecas. Eles não eram arrogantes em relação a nada que eu lesse. Eles pareciam apenas gostar do fato de existir esse menininho de olhos arregalados que amava ler, e conversariam comigo sobre os livros que eu estava lendo, achariam pra mim outros livros em uma série, eles ajudariam. Eles me tratavam como outro leitor – nem mais, nem menos – o que significa que eles me tratavam com respeito. Eu não estava acostumado a ser tratado com respeito aos oito anos de idade.

Mas as bibliotecas tem a ver com liberdade. A liberdade de ler, a liberdade de ideias, a liberdade de comunicação. Elas tem a ver com educação (que não é um processo que termina no dia que deixamos a escola ou a universidade), com entretenimento, tem a ver com criar espaços seguros e com o acesso à informação.

Eu me preocupo que no século XXI as pessoas entendam errado o que são bibliotecas e qual é o propósito delas. Se você perceber uma biblioteca como estantes com livros, pode parecer antiquado e datado em um mundo no qual a maioria, mas não todos, os livros impressos existem digitalmente. Mas pensar assim é errar o ponto fundamentalmente.

Eu acho que tem a ver com a natureza da informação. A informação tem valor, e a informação certa tem um enorme valor. Por toda a história humana, nós vivemos em escassez de informação e ter a informação desejada era sempre importante, e sempre valia alguma coisa: quando plantar sementes, onde achar as coisas, mapas e histórias e estórias – eles eram sempre bons para uma refeição e companhia. Informação era uma coisa valorosa, e aqueles que a tinham ou podiam obtê-la podiam cobrar por este serviço.

Nos últimos anos, nos mudamos de uma economia de escassez da informação para uma dirigida por um excesso de informação. De acordo com o Eric Schmidt do Google, a cada dois dias agora a raça humana cria tanta informação quanto criávamos desde o início da civilização até 2003. Isto é cerca de cinco exobytes de dados por dia, para vocês que mantém a contagem. O desafio se torna não encontrar aquela planta escassa crescendo no deserto, mas encontrar uma planta específica crescendo em uma floresta. Precisaremos de ajuda para navegar nesta informação e achar a coisa que precisamos de verdade.

Bibliotecas são lugares que pessoas vão para obter informação. Livros são apenas a ponta do iceberg da informação: eles estão lá, e bibliotecas podem fornecer livros gratuitamente e legalmente. Crianças estão emprestando livros de bibliotecas hoje mais do que nunca – livros de todos os tipos: de papel e digital e em áudio. Mas as bibliotecas também são, por exemplo, lugares onde pessoas que não tem computadores, que podem não ter conexão à internet, podem ficar online sem pagar nada: o que é imensamente importante quando a forma que você procura empregos, se candidata para entrevistas ou aplica para benefícios está cada vez mais migrando para o ambiente exclusivamente online. Bibliotecários podem ajudar estas pessoas a navegar neste mundo.

Eu não acredito que todos os livros irão ou devam migrar para as telas: como Douglas Adams uma vez me falou, mais de 20 anos antes do Kindle aparecer, um livro físico é como um tubarão. Tubarões são velhos: existiam tubarões nos oceanos antes dos dinossauros. E a razão de ainda existirem tubarões é que tubarões são melhores em serem tubarões do que qualquer outra coisa que exista. Livros físicos são durões, difíceis de destruir, resistentes à banhos, operam a luz do sol, ficam bem na sua mão: eles são bons em serem livros, e sempre existirá um lugar para eles. Eles pertencem às bibliotecas, bem como as bibliotecas já se tornaram lugares que você pode ir para ter acesso à ebooks, e audio-livros e DVDs e conteúdo na web.

Uma biblioteca é um lugar que é um repositório de informação e dá a cada cidadão acesso igualitário a ele. Isso inclui informação sobre saúde. E informação sobre saúde mental. É um espaço comunitário. É um lugar de segurança, um refúgio do mundo. É um lugar com bibliotecários. Como as bibliotecas do futuro serão é algo que deveríamos estar imaginando agora.

Alfabetização é mais importante do que nunca, nesse mundo de mensagens e e-mail, um mundo de informação escrita. Precisamos ler e escrever, precisamos de cidadãos globais que possam ler confortavelmente, compreender o que estão lendo, entender as nuances e se fazer entender.

As bibliotecas realmente são os portais para o futuro. É tão lamentável que, ao redor do mundo, nós observemos autoridades locais apropriarem-se da oportunidade de fechar bibliotecas como uma maneira fácil de poupar dinheiro, sem perceber que eles estão roubando do futuro para serem pagos hoje. Eles estão fechando os portões que deveriam ser abertos.

De acordo com um estudo recente feito pela Organisation for Economic Cooperation and Development, a Ingaterra é o "único país onde o grupo de mais idade tem mais proficiência tanto em alfabetização quanto em capacidade de usar ou entender as técnicas numéricas da matemática do que o grupo mais jovem, depois de outros fatores, tais como gênero, perfis sócio-econômicos e tipo de ocupações levados em consideração".

Colocando de outro modo, nossas crianças e netos são menos alfabetizados e menos capazes de utilizar técnicas de matemática do que nós. Eles são menos capazes de navegar o mundo, de entendê-lo e de resolver problemas. Eles podem ser mais facilmente enganados e iludidos, serão menos capazes de mudar o mundo em que se encontram, ser menos empregáveis. Todas essas coisas. E como um país, a Inglaterra ficará para trás em relação a outras nações desenvolvidas porque faltará mão de obra especializada.

Livros são a forma com a qual nós nos comunicamos com os mortos. A forma que aprendemos lições com aqueles que não estão mais entre nós, que a humanidade se construiu, progrediu, fez com que o conhecimento fosse incremental ao invés de algo que precise ser reaprendido, de novo e de novo. Existem contos que são mais velhos que alguns países, contos que sobreviveram às culturas e aos prédios nos quais eles foram contados pela primeira vez.

Eu acho que nós temos responsabilidades com o futuro. Responsabilidades e obrigações com as crianças, com os adultos que essas crianças se tornarão, com o mundo que eles habitarão. Todos nós – enquanto leitores, escritores, cidadãos – temos obrigações. Pensei em tentar explicitar algumas dessas obrigações aqui.

Eu acredito que temos uma obrigação de ler por prazer, em lugares públicos e privados. Se lermos por prazer, se outros nos verem lendo, então nós aprendemos, exercitamos nossas imaginações. Mostramos aos outros que ler é uma coisa boa.

Temos a obrigação de apoiar bibliotecas. De usar bibliotecas, de encorajar outras pessoas a utilizarem bibliotecas, de protestar contra o fechamento de bibliotecas. Se você não valoriza bibliotecas então você não valoriza informação ou cultura ou sabedoria. Você está silenciando as vozes do passado e você está prejudicando o futuro.

Temos a obrigação de ler em voz alta para nossas crianças. De ler pra elas coisas que elas gostem. De ler pra elas histórias das quais já estamos cansados. Fazer as vozes, fazer com que seja interessante e não parar de ler pra elas apenas porque elas já aprenderam a ler sozinhas. Use o tempo de leitura em voz alta para um momento de aproximação, como um tempo onde não se fique checando o telefone, quando as distrações do mundo são postas de lado.

Temos a obrigação de usar a linguagem. De nos esforçarmos: descobrir o que as palavras significam e como empregá-las, nos comunicarmos claramente, de dizer o que estamos querendo dizer. Não devemos tentar congelar a linguagem, ou fingir que é uma coisa morta que deve ser reverenciada, mas devemos usá-la como algo vivo, que flui, que empresta palavras, que permite que significados e pronúncias mudem com o tempo.

Nós escritores – e especialmente escritores para crianças, mas todos os escritores – temos uma obrigação com nossos leitores: é a obrigação de escrever coisas verdadeiras, especialmente importantes quando estamos criando contos de pessoas que não existem em lugares que nunca existiram – entender que a verdade não está no que acontece mas no que ela nos diz sobre quem somos. A ficção é a mentira que diz a verdade, afinal. Temos a obrigação de não entediar nossos leitores, mas fazê-los sentir a necessidade de virar as páginas. Uma das melhores curas para um leitor relutante, afinal, é uma estória que eles não são capazes de parar de ler. E enquanto nós precisamos contar a nossos leitores coisas verdadeiras e dar a ele armas e dar a eles armaduras e passar a eles qualquer sabedoria que recolhemos em nossa curta estadia nesse mundo verde, nós temos a obrigação de não pregar, não ensinar, não forçar mensagens e morais pré-digeridas goela abaixo em nossos leitores como pássaros adultos alimentando seus bebês com vermes pré-mastigados; e nós temos a obrigação de nunca, em nenhuma circunstância, escrever nada para crianças que nós mesmos não gostaríamos de ler.

Temos a obrigação de entender e reconhecer que enquanto escritores para crianças nós estamos fazendo um trabalho importante, porque se nós estragarmos isso e escrevermos livros chatos que distanciam as crianças da leitura e de livros, nós estaremos menosprezando o nosso próprio futuro e diminuindo o deles.

Todos nós – adultos e crianças, escritores e leitores – temos a obrigação de sonhar acordado. Temos a obrigação de imaginar. É fácil fingir que ninguém pode mudar coisa alguma, que estamos num mundo no qual a sociedade é enorme e que o indivíduo é menos que nada: um átomo numa parede, um grão de arroz num arrozal. Mas a verdade é que indivíduos mudam o seu próprio mundo de novo e de novo, indivíduos fazem o futuro e eles fazem isso porque imaginam que as coisas podem ser diferentes.

Olhe à sua volta: eu falo sério. Pare por um momento e olhe em volta da sala em que você está. Eu vou dizer algo tão óbvio que a tendência é que seja esquecido. É isto: que tudo o que você vê, incluindo as paredes, foi, em algum momento, imaginado. Alguém decidiu que era mais fácil sentar numa cadeira do que no chão e imaginou a cadeira. Alguém tinha que imaginar uma forma que eu pudesse falar com vocês em Londres agora mesmo sem que todos ficássemos tomando uma chuva. Este quarto e as coisas nele, e todas as outras coisas nesse prédio, esta cidade, existem porque, de novo e de novo e de novo as pessoas imaginaram coisas.

Temos a obrigação de fazer com que as coisas sejam belas. Não de deixar o mundo mais feio do que já encontramos, não de esvaziar os oceanos, não de deixar nossos problemas para a próxima geração. Temos a obrigação de limpar tudo o que sujamos, e não deixar nossas crianças com um mundo que nós desarrumamos, vilipendiamos e aleijamos de forma míope.

Temos a obrigação de dizer aos nossos políticos o que queremos, votar contra políticos ou quaisquer partidos que não compreendem o valor da leitura na criação de cidadãos decentes, que não querem agir para preservar e proteger o conhecimento e encorajar a alfabetização. Esta não é uma questão de partidos políticos. Esta é uma questão de humanidade em comum.

Uma vez perguntaram a Albert Einstein como ele poderia tornar nossas crianças inteligentes. A resposta dele foi simples e sábia. "Se você quer que crianças sejam inteligentes", ele disse, "leiam contos de fadas para elas. Se você quer que elas sejam mais inteligentes, leia mais contos de fadas para elas". Ele entendeu o valor da leitura e da imaginação. Eu espero que possamos dar às nossas crianças um mundo no qual elas possam ler, e que leiam para elas, e imaginar e compreender.

• Esta é uma versão editada da palestra do Neil Gaiman para a Reading Agency, realizada dia 14 de outubro de 2013 (segunda-feira) no Barbican em Londres. A série anual de palestras da Reading Agency começou em 2012 como uma plataforma para que escritores e pensadores compartilhassem ideias originais e desafiadoras sobre a leitura e as bibliotecas.


Estão abertas as inscrições para o Curso Rumo a uma cultura de acesso à informação: a Lei 12.527/2011.

O curso será disponibilizado pela Escola Virtual da Controladoria Geral da União (CGU) e tem como objetivo apresentar uma visão geral sobre a Lei de Acesso à Informação (LAI), abordando o marco teórico conceitual e a cultura de transparência e acesso à informação pública. 

A iniciativa integra um amplo processo de sensibilização e capacitação sobre a Lei de Acesso e o direito constitucional de acessar informações públicas dos órgãos e entidades federais, estaduais, distritais e municipais dos três Poderes. 

O curso será oferecido integralmente pela internet, entre 14 a 28/11 /2013, com carga horária de 10 horas. As vagas são limitadas.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas diretamente no link http://escolavirtual.cgu.gov.br/ead/ até o dia de hoje, 12/11/2013.

Equipe de Monitoramento da LAI
Controladoria-Geral da União

Palestrantes: 

Ana Karla Correia Teixeira Dubiela, Edmilson Caminha e Eucanaã Ferraz

Data

11 de novembro, das 14h30 às 17h30

Auditório Freitas Nobre

Anexo IV, subsolo, Câmara dos Deputados

 

Na próxima segunda-feira, 11 de novembro, a Agência Brasileira do ISBN fará uma atualização muito positiva para as editoras cadastradas na instituição: vai ao ar um novo sistema online, em que será possível solicitar e acompanhar o registro do ISBN de modo totalmente eletrônico, sem necessidade de procedimentos manuais, como o envio de formulários impressos e comprovantes de pagamento pelo correio.

De acordo com a legislação do livro no Brasil, todos os livros publicados e distribuídos no país precisam receber um número ISBN para registro e catalogação. Até agora, o único procedimento possível para registrar ISBNs, para a grande maioria das editoras cadastradas na Agência, era através do envio, pelo correio, de um formulário impresso. Embora o método vá continuar, agora a editora poderá optar por um procedimento totalmente eletrônico, mais prático, rápido e econômico.

Estamos aguardando um acesso ao sistema, para apresentarmos a novidade aos leitores do Revolução eBook e explicar como ela funcionará na prática, uma vez que muitos autores (e editores) nos escrevem regularmente com dúvidas a respeito da designação de ISBNs para ebooks.

Enquanto isso, confira mais detalhes sobre esta ótima novidade, na entrevista que fizemos com a chefe da Agência Brasileira do ISBN, Andréa Coêlho de Souza:

Revolução – A Agência está implantando um sistema online para os pedidos de ISBN, como está ocorrendo a transição?

Andréa Coêlho de Souza – A transição já vem ocorrendo internamente na Agência há 2 meses, que correspondente a 1ª fase. Como o novo sistema está passando por ajustes, podem acontecer alguns atrasos eventuais nos serviços, no qual os editores já foram comunicados através do site da Agência. Novamente reiteramos nossas desculpas e pedimos a compreensão de todos, pois toda mudança requer um pouco de paciência. A próxima fase será o lançamento de um novo site da Agência.

Revolução - Qual o cronograma da expansão desta nova sistemática, para as demais editoras?

Andréa - No dia 4/11 11/11– 2ªf, o sistema online já estará disponibilizado para todas as editoras, através de um novo site da Agência. O modo atual, correio, permanecerá, também neste novo site. Fica a critério do editor escolher o online ou correio.

Revolução – Como funcionará o novo sistema?

Andréa – Os editores poderão solicitar os serviços, fazer o pagamento (boleto bancário) e acompanhar a solicitação através da internet. O processo atual, via correio, permanecerá.
O editor é livre para escolher a opção que melhor lhe convier: on line ou correios.

Revolução - Quais benefícios você visualiza com a nova sistemática, tanto para a Agência, quanto para as editoras?

Andréa – Para a Agência o sistema on line era uma promessa da atual administração para com os editores. O benefício é que os editores vão reduzir gastos com correio e tempo de envio.
Lembramos que o processo de envio do serviço executado pela Agência para os editores [a entrega dos ISBNs] já era on line desde o ano de 2007.

Revolução - A Agência verifica um aumento no número de registros de ISBN, por conta da publicação de ebooks?

Andréa – Este aumento estava sendo gradativo, mas, nos dois últimos anos ele vem crescendo. Algumas editoras estão se cadastrando na Agência somente para editar e-books.

IFLA tornou-se signatária dos Princípios Internacionais sobre a Aplicação dos Direitos Humanos para a vigilância das comunicações .

O documento explicita como a atual legislação de direitos humanos se aplica a vigilância digital moderna e dá aos grupos da sociedade civil, legisladores e observadores uma referência para medir as práticas de vigilância dos estados em relação aos padrões de direitos humanos estabelecidos há muito tempo. Ele contém 13 princípios que já foram aprovados pelas mais de 260 organizações de 77 países .

A IFLA está trabalhando em questões de privacidade para as biblioteca como parte de sua iniciativa -chave 1, e durante 2014 a Comissão de FAIFE estará trabalhando com a American Library Association, CILIP e outros parceiros para refletir e rever as políticas existentes da IFLA , como o Manifesto Internet IFLA, tão recentemente discutido no Fórum de Governança da Internet em Bali.

Revelações de vigilância do governo e a criação de um novo ambiente para a discussão dos direitos humanos online. A comunidade de bibliotecas deve estar preparada para se envolver nesta discussão e garantir que os princípios fundamentais da biblioteca são defendidos quando nós fornecemos acesso à Internet para os nossos usuários .

Os Princípios estão disponíveis para serem assinados por associações de bibliotecas e instituições interessadas . Mais informações e a versão completa dos Princípios pode ser encontrada aqui : https://en.necessaryandproportionate.org/text

Síntese dos 13 princípios :

· Legalidade : Qualquer restrição ao direito à privacidade deve ser prescrito por lei.

· Objectivo legítimo : Leis só deve permitir a vigilância das comunicações pelas autoridades dos Estados especificados para atingir um objetivo legítimo que corresponde a um interesse jurídico predominantemente importante que é necessário em uma sociedade democrática.

· Necessidade : as leis que permitem a vigilância de comunicações por parte do Estado devem limitar vigilância ao que é estrita e comprovadamente necessário para atingir um objetivo legítimo .

· Adequação : Qualquer instância de vigilância das comunicações autorizada por lei deve ser adequada para cumprir o objetivo legítimo específico identificado .

· Proporcionalidade : Decisões sobre a vigilância das comunicações devem ser feitas através da pesagem do benefício a ser alcançado contra os danos que seriam causados aos direitos dos usuários e de outros interesses conflitantes.

· Autoridade judicial competente: determinações relacionadas à vigilância das comunicações devem ser feitas por uma autoridade judiciária competente, que é imparcial e independente.

· Devido processo : os Estados devem respeitar e garantir os direitos humanos dos indivíduos , garantindo que os procedimentos legais que regem qualquer interferência com os direitos humanos estão devidamente enumerados na lei, consistentemente praticada , e disponível para o público em geral.

· Notificação do Usuário: Os indivíduos devem ser notificados de uma decisão que autoriza a vigilância das comunicações com o tempo e informações suficientes que lhes permitam recorrer da decisão , e devem ter acesso aos materiais apresentados em apoio do pedido de autorização.

· Transparência : Os Estados devem ser transparentes sobre o uso eo alcance das técnicas e poderes de vigilância das comunicações.

· Supervisão Pública : Os Estados devem estabelecer mecanismos de supervisão independentes para garantir a transparência ea prestação de contas de vigilância das comunicações .

· Integridade das comunicações e sistemas : os Estados não devem obrigar os prestadores de serviços ou fornecedores de hardware ou software para a construção de vigilância ou monitoramento de recursos em seus sistemas , ou para coletar ou reter informações.

· Garantias de cooperação internacional : tratados de assistência jurídica mútua ( MLAT ) celebrados por Estados devem assegurar que , onde as leis de mais de um Estado podem se aplicar a vigilância das comunicações , o padrão disponível com o maior nível de proteção para os usuários deve ser aplicado.

·Salvaguardas contra o acesso ilegítimo : Os Estados devem promulgar legislação criminalizando vigilância das comunicações ilegais por agentes públicos e privados .

Fonte: http://www.ifla.org/node/8103

 Palacio de Convenciones de La Habana, Cuba, 14 al 18 de abril de 2014

Lema general: “Información: Integración, transformación.

 Temáticas:

Tendencias actuales en la organización de información en bibliotecas y
archivos : normalización, RDA, catalogación y metadatos, políticas de
catalogación, control de autoridades y vocabulario controlado.

Participación de programas cooperativos en el procesamiento
Bibliográfico y control de calidad de la información.

Cooperación bibliotecaria para el desarrollo de las colecciones en las
Instituciones.

Casa de las Américas
Biblioteca
Comité Organizador


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Fonte: UniversidicasBlog

As bibliotecas do Araretama e Vereador Rômulo Campos D´Arace, no Bosque da Princesa, já receberam as ações, nos dias 2 e 8, respectivamente. O evento continua nas próximas quarta (16) e quinta-feira (17).

Estão sendo realizadas contação de histórias diversas e diferentes brincadeiras para as crianças, mesclando o prazer das brincadeiras com o mundo mágico da leitura. De acordo com a coordenadora de bibliotecas, o evento está sendo muito bom. “A equipe da Brinquedoteca é muito competente, as crianças ficam fascinadas com as histórias e as brincadeiras. Nosso objetivo, como sempre, é o estimulo da leitura através das atividades lúdicas e estamos conseguindo”, afirmou. 

No Araretama, foram atendidas as crianças das escolas municipais Elias Bargis e Madalena Caltabiano. No Bosque, os alunos do Colégio Ideal, Colégio Aprendiz, Colégio Mestre e Salesianos.

No dia 16, a Brinquedoteca irá, no período da manhã, na Biblioteca do Sesi e, à tarde, na Biblioteca do  Castolira, para realizar atividades com os alunos das escolas municipais João Fleury e Abdias Júnior. Para encerrar, no 17, a Biblioteca de Moreira César receberá as meninas da Brinquedoteca no período da manhã e a Biblioteca da Vila São Benedito no período da tarde, atendendo os alunos do Projeto Jataí e da escola municipal Serafim Ferreira.

Ao todo, mais de 200 crianças estão sendo beneficiadas com essa ação.

Créditos: Vale News http://valenews.com.br/geral/16809-em-pinda-bibliotecas-do-araretama-e-bosque-recebem-brinquedoteca.html#ixzz2hpGYuA00

A EIFL é uma organização internacional sem fins lucrativos com base na Europa. Eles trabalham com bibliotecas ao redor do mundo para garantir o acesso sustentável à informação digital de alta qualidade para pessoas em países em desenvolvimento. (http://www.eifl.net/who-we-are)
Para estimular e dar destaque a novas iniciativas, a EIFL criou um prêmio para bibliotecas públicas e comunitárias que estão usando tecnologia de informação e comunicação (TIC) de maneiras criativas para melhorar a vida da comunidade em que atuam. Por criativo, entenda-se idéias novas, incomum, não-tradicional e imaginativa que atendam às necessidades da comunidade.(http://www.eifl.net/news/new-award-creative-use-ict-public-libraries)

Hoje as TIC contribuem para todos os aspectos da vida e muitas bibliotecas estão oferecendo acesso gratuito a computadores e à internet, formação em TIC e ensino de habilidades e-alfabetização valiosos.Estes serviços são extremamente importantes, mas este prêmio  busca bibliotecas cujos serviços TICfazerem mais do que isso.

Não serão considerados projetos de TICs que fornecem apenas:
1) O acesso público à internet; 
2) TIC treinamento de habilidades;
3) catálogos de bibliotecas automatizadas e sistemas de gerenciamento de bibliotecas;
4) digitalização de acervos bibliográficos.


Quem pode participar?
Para participar no concurso, você deve atender a todos os seguintes critérios:

Você deve ser uma biblioteca pública ou na comunidade.
A biblioteca deve estar em um países em desenvolvimento  
Você deve ter utilizado tecnologias de informação e comunicação (TIC) para implementar o serviço que você está enviando.
O serviço deveria ter começado a partir de janeiro de 2010.
O serviço deve estar operacional no momento da aplicação.

Até quando você pode participar? 
O prazo final é 30 de outubro de 2013.

Os projetos deverão ser escritos em espanhol, francês, inglês ou russo.

O que você vai ganhar?

Cada vencedor receberá EUA $ 1500, e
Publicidade internacional - EIFL-PLIP irá compartilhar sua história amplamente através de seus canais de publicidade.

Número de prêmios
Haverá mais de um premiado - o número de premiados vai depender da qualidade e diversidade dospedidos recebidos.

PARTICIPEM !!!!
Segunda, 07 Outubro 2013 09:51

QUEM SÃO OS MEDIADORES DE LEITURA?

O MEDIADOR DE LEITURA
Sueli Bortolin

Esse tema tem me acompanhado por muitos anos... Ou será que sou eu que o persigo há vários anos? Esse interesse pode ser explicado pela preocupação que tenho em destacar a importância desse personagem (mediador) na vida de cada leitor. Eu defino mediador como aquele indivíduo que aproxima o leitor do texto. Em outras palavras, o mediador é o facilitador desta relação. E como intermediário de leitura, o mediador encontra-se em uma situação privilegiada, pois tem nas mãos a possibilidade de levar o leitor a infinitas descobertas.

Mas, quem pode mediar leitura? Afirmo com convicção que: os familiares, os professores, os bibliotecários, os escritores, os editores, os críticos literários, os jornalistas, os livreiros, os tradutores, os webdesigners, e até os amigos que nos emprestam um livro ou indicam um CD-ROM e uma página literária na Internet. Porém, os mediadores que mais se destacam são os familiares, os professores e os bibliotecários; e estes precisam estar conscientes da responsabilidade que têm.

Os familiares deveriam ser os primeiros mediadores de leitura, pois são os primeiros elos da criança com o mundo; entretanto os pais e demais membros da família, em geral, não têm a dimensão da influência que podem exercer sobre as crianças, no sentido de motivá-las à leitura. Assim, aos pais, em especial, cabe a tarefa de aproximar a criança do texto, pois o gosto pela leitura “[...] deve ser adquirido no período em que se está ainda no processo de aquisição da linguagem oral [...]”(POSTMAN, 1999, p.90). Ou seja, no período em que as crianças estão mais flexíveis, inquietas, curiosas e desejosas de aprender o novo; portanto, desprendidas de conceitos e preconceitos, interessando-se em explorar tudo que está ao seu redor. Este é um período em que se deve aproveitar para estreitar a convivência com o texto literário; porém, infelizmente, nem sempre as condições econômicas do brasileiro permitem a ele a inclusão do livro, de um CD-ROM ou da Internet no orçamento familiar, resultando que a maioria passa toda uma vida, sem nunca ter comprado sequer um jornal.

Desta forma, se a família não tem condições (econômicas e culturais) de cumprir a tarefa de mediadora da leitura, as escolas, de maneira precária ou de forma enriquecida, tentam fazer esta mediação.

Assim, o professor é encarregado compulsoriamente de aproximar o educando da leitura; porém, é fundamental que ele faça esta mediação, mostrando o texto como algo prazeroso e não como instrumento de avaliação e tarefa. Além disto, se o professor não for [...] “crítico, sensível, consciente e um bom leitor, jamais poderá passar o prazer do texto, literário ou não literário” (JOSÉ, 1992, p.203). É preciso ler com gosto, porém, o que acontece quotidianamente é que, muitas vezes, o professor não tem tempo para refletir que o seu papel “[...] na intermediação do objeto lido com o leitor é cada vez mais repensado: se, da postura professoral lendo ‘para’ e/ou ‘pelo’ educando, ele passar a ler ‘com’, certamente ocorrerá o intercâmbio das leituras, favorecendo a ambos, trazendo novos elementos para um e outro” (MARTINS, 1983, p.33).

E assim o leitor, além de se cumpliciar com o autor e os personagens, tem no professor também um cúmplice; isto é, se o professor estiver disposto a compartilhar com ele a leitura/as leituras.

Da mesma forma, esperamos que isto também ocorra com o bibliotecário. Vou colocar nesta conversa a “voz” da minha querida amiga Maria Helena T. C. de Barros, ex-orientadora do mestrado (ex? será que existe ex-orientadora?). Para ela “[...] mediar leitura, na biblioteca, significa fazer fluir material de leitura até o leitor, eficiente e eficazmente, formando e preservando leitores. Significa uma postura ativa, de acordo com uma biblioteca moderna e aberta”.

Tamanha responsabilidade deve ser interpretada pelos mediadores como um desafio constante, pois o papel que eles desempenham na motivação de leitura pode interferir com maior ou menor profundidade na formação dos leitores de uma coletividade. Portanto, os mediadores interessados em uma mediação eficiente, devem ser empáticos; para que posicionados no lugar do outro (leitor), possam percebê-lo com maior nitidez.

E para terminar nossa conversa de maneira apetitosa, resgato a alegoria que Paulo Freire faz a respeito da leitura e que serve como reflexão aos mediadores:

Ler é como chegar a uma horta e saber o que é cada planta e para que ela serve. Quem não sabe nada de “ler horta”, entra dentro dela e só vê um punhado de plantas de mato. Um monte de plantas diferentes, mas parecendo que é tudo igual. Quem não aprender a “ler” a horta, a conhecer os seus segredos, não sabe o que é cada uma, como é que se prepara cada uma, com o que é que se come (BRANDÃO, 2005, p. 49).


E quem não ensina a ler a horta, como fica?

Resposta: perde tempo e não podemos perder tempo, precisamos cultivar a terra brasileira!


Sugestões de Leitura:

BARROS, Maria Helena Toledo Costa de. Leitura do adolescente: uma interpretação pelas bibliotecas públicas do Estado de São Paulo - pesquisa trienal. Marília: UNESP, 1995.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Paulo Freire, o menino que lia o mundo: uma história de pessoas, de letras e de palavras. São Paulo: Editora UNESP, 2005.

JOSÉ, Elias. Minando o terreno. In: CONGRESSO DE LEITURA DO BRASIL, 8, 1991, Campinas. Anais... Campinas, 1992. p.201-204.

MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 1983.

POSTMAN, Neil. O desaparecimento da infância. Rio de Janeiro: Graphia, 1999.

SILVA, Ezequiel Theodoro da. O bibliotecário e a formação do leitor. Leitura: teoria & prática, Campinas, v.6, n.10, p.5-10, dez. 1987.


FONTE: www.ofag.com.br
Sobre Sueli Bortolin
Doutora e Mestre em Ciência da Informação pela UNESP/ Marília. Professora do Departamento de Ciências da Informação do CECA/UEL - Ex-Presidente e Ex-Secretária da ONG Mundoquelê.