Terça, 09 Agosto 2011 20:23

5ª Primavera dos Museus

Não deixe para a última hora! 5ª Primavera dos Museus inscreve eventos até o dia 12 de agosto

Mulheres, Museus e Memórias será o tema da 5ª Primavera dos Museus deste ano, a ser realizada de 19 a 25 de setembro. As inscrições vão até o dia 12 de agosto na página do Ibram (www.museus.gov.br). Primeiro, deve-se fazer a inscrição do museu ou entidade cultural e, em seguida, a inscrição das ações a serem realizadas. A efetiva participação do museu dá-se apenas com a inclusão de um ou mais eventos. A instituição que tiver alguma dúvida ou quiser mais informações pode mandar e-mail para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou ligar para (61) 2024-4132 ou 2024-4137.

A 5ª Primavera dos Museus, com seu tema Mulheres, Museus e Memórias, é um espaço de indagação sobre como o gênero, a mulher e o feminino estão sendo pensados na contemporaneidade. Com que memórias nossos museus individuais e coletivos estão sendo estruturados?

Em 2010, o Brasil elegeu sua primeira presidenta; no ano seguinte, a primeira mulher foi nomeada Ministra da Cultura, quase 80 anos depois da conquista do sufrágio feminino em 1932. A eleição da primeira mulher ao mais alto posto do Executivo Federal sintetiza os inúmeros avanços conquistados pelas mulheres no Brasil, como a ascensão no mercado de trabalho, os avanços na escolaridade e a gradativa (e ainda inicial) redistribuição das tarefas domésticas.

Na última década, especialmente, acontecimentos marcaram os avanços nas conquistas de direitos e desenvolvimentos das políticas públicas voltadas para as mulheres. Exemplo de relevo é a Lei Maria da Penha. Internacionalmente reconhecida, ela é marco do enfrentamento da violência contra a mulher. No campo dos museus e da memória, as questões de gênero vêm alcançando destaque e inspirando grandes exposições, novos museus, além de novas vontades de memória.

Apesar da evidente importância da mulher no país, a escrita oficial da história e a da memória coletiva omitiu por muitos anos seu papel na sociedade. Também foi assim nas artes, visto que até o século XIX, a arte parecia ser profissão exclusivamente masculina, enquanto as obras de artistas mulheres eram qualificadas de “amadoras”. A causa para esta “ausência” das mulheres na história da arte tem como evidência o acesso desigual à instrução artística e, principalmente, a omissão da escrita oficial em guardar seus feitos.

Simone de Beauvoir, ainda na primeira metade do século XX, coloca o ser-mulher como um sujeito-em-si, resgatando-o de um mero reflexo invertido ou de uma construção do olhar masculino. A autora reafirma a revolucionária percepção de que mulheres são sujeitos da história e sujeitos de suas histórias.

O desafio que se coloca na atualidade é o de introduzir as mulheres na memória histórica. Não para escrever a “história das mulheres”, mas para identificá-las nos momentos em que estiveram presentes, ouvi-las da mesma forma como os homens são e foram ouvidos, não só na esfera privada, mas também no espaço público, local historicamente reservado ao sexo masculino.